"Requião está fazendo da CPI o que Carlos Lacerda e suas mal-amadas (com farda ou sem farda) fizeram em 1954 com o IPM (Inquérito Policial-Militar) montado pela FAB no Galeão, para apurar a autoria e mandantes do atentado que matou o Major Rubem Vaz.
A República do Galeão, como ficou conhecido aquele desvario, não queria saber quem atirou em Lacerda e acertou no militar. Queria linchar o presidente Getúlio Vargas, derrubá-lo. Para isso, atropelou todos os procedimentos legais e jurídicos, montou uma formidável cruzada pela imprensa - não foi a única - levando o Vargas ao suicídio.
A República do Galeão não foi um fórum para fazer justiça. Foi um patíbulo para saciar a ensandecida ambição de um político (muito mais qualificado do que Requião) mas que desempenhou o mesmo facinoroso papel.
A República do Galeão, em nome da democracia, atropelou a democracia e a partir dela escreveu-se o mais trágico episódio da história política brasileira.
A CPI está sendo desviada por Requião (e aqueles que ele esconde) numa farsa. É um Auto da Fé, um campo de concentração, um lager, para humilhar aqueles que o preconceituoso Requião quer liquidar por antecipação.
As farsas jurídicas de Stalin e Hitler não podem servir de modelo para uma nação que escolheu definitivamente a democracia como modelo político e civilizatório.
No seu revelador destampatório, Requião deblatera contra os liberais e os 'louros'. Queria dizer judeus? O nosso John Wayne porventura receia assumir seus preconceitos? Ora, Roberto, este tipo de subterfúgio não lhe fica bem. Vá em frente, assuma tudo o que sente. Repressão faz mal à alma, exige dose maior de calmantes.
Hitler dizia que Thomas Mann era decadente. Mesmo os personagens decadentes de Thomas Mann - eu seria um deles segundo o apurado gosto de Requião - tinham uma decência e dignidade que os escorpiões recém-escapados dos porões da malandragem política jamais alcançarão."
(c) Jornal do Brasil, 31/3/97.
O trecho supra foi extraído do seguinte artigo:
Em 31 de março de 1997, o Jornal do Brasil publicou a resposta de Alberto Dines, abaixo reproduzida.
Alberto Dines
A República do Galeão e o Lager do Requião
"Escondido atrás de uma imunidade que não merece, recebendo um salário indevido, o senador virtual que atende popularmente pelo nome de Requião, depois de tomar a sua dose diária de gardenal (ou mogadon?), assinou o texto que algum assessor, semi-alfabetizado, porém pago pelo contribuinte, lhe preparou (JB, 27/3, p. 8).
A nova vaca sagrada da República goza de estranhos privilégios tanto na Câmara Alta, para a qual já foi desqualificado pela Justiça, como fora dela. Causa espanto que jornalistas conhecedores da fauna brasiliense e que até novembro referiam-se ao senador-sub-judice como 'aquele', curvem-se agora aos caprichos desta prima-dona tardia e bolorenta, neofascista assumido, concedendo-lhe o privilégio de escoicear em tréplicas infinitas. Mesmo quando o replicante ofendido não dispõe de tribunas efetivas a não ser um boletim quinzenal na Internet.
É pela Internet que começo. O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA (, serviço público destinado a conscientizar a sociedade para o desempenho da mídia), foi o primeiro veículo a tratar do Pittagate tão logo revelado pelo Jornal da Tarde durante a última temporada eleitoral (nossa edição de 5 de outubro). Em seguida, o Estadão revelou a extensão da fraude minuciando o esquema da negociação dos precatórios.
Diante da gravidade das denúncias, o Senado decidiu criar uma CPI, mas, por traquinagem ou manha política do então presidente da Casa, José Sarney, entregou a relatoria a um político que amargava um merecido ostracismo político, cassado que fora pelo TRE do Paraná. Mesmo ignorando um processo que corria na suprema instância da justiça eleitoral, quem escolheu ou referendou a escolha de Requião para liderar a CPI não poderia ignorar sua conduta, decoro e histórico psiquiátrico que levou outro senador, antigo comparsa depois desafeto (Orestes Quércia), a designá-lo como Maria Louca.
Durou três meses o solo de truculência de Requião até que a Gazeta Mercantil (edição de 3/3/97) fez aquilo que o resto da imprensa deveria ter feito quando em novembro alguém resolveu ressuscitar o monstro moral chamado Requião: publicou a folha corrida daquele que pretendia ser o supremo árbitro da probidade nacional.
Na edição de 5 de março do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, num texto de 132 linhas sobre a Anatomia do Pittagate (e os seus desdobramentos na mídia), as revelações da Gazeta ocuparam apenas 19 linhas. Como Requião não tem condições psíquicas para ler textos de mais de um parágrafo e como a edição do OBSERVATÓRIO foi profusamente reproduzida, imaginou que seu currículo estava sendo ali publicado em primeira mão.
O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA não tem como impedir que os seus textos sejam republicados ou reproduzidos no rádio e na TV. Ao contrário, sua equipe agradece estas manifestações de solidariedade profissional porque só assim um boletim on-line, acessível à minoria que dispõe do equipamento, pode chegar à grande imprensa e ao destinatário final, a sociedade. Tanto assim que no dia 10 de março, o Jornal da Tarde ampliou substancialmente o perfil de Requião traçado pela Gazeta.
Mas o ensandecido já tinha um bode-expiatório: este editor do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA. Que, entre os vários trabalhos nos quais está ostensivamente engajado na área de formação e treinamento de jornalistas, fez o planejamento da área de mídia da Uniamérica, criação do governador Jaime Lerner (antigo adversário do senador-sub-judice).
Estes são os antecedentes que nem um pusilânime como o senador-sub-judice pode contestar. O que o fez perder aquele mínimo de decoro que deve aos pares e eleitores foi meu artigo O Arquétipo Fascista (JB, 24/3, cujo subtítulo Achegas Para um Psicopatologia Política foi infelizmente suprimido).
O novo Mussolini tupiniquim, que, como o seu êmulo, usa um discurso moralista, de esquerda, para camuflar sua irreprimível personalidade fascista e racista, não pode admitir que, de repente, aquelas 19 linhas num boletim da Internet possam interromper o acalentado projeto de passar a limpo a sua vida pregressa para candidatar-se à Presidência da República no lugar de Paulo Maluf.
Este é o ponto: Requião não é o anti-Maluf. É Maluf redivivo, arrogante, inescrupuloso, farisaico, mistificador como o protótipo. A carga que o senador-sub-judice fez contra os social-democratas e os liberais em política (incluindo-me entre ambos), denota um mastodonte ideológico e um gorila em matéria de cultura.
Às custas do erário público Requião e seus assessores ocupam-se em jogar os seus próprios dejetos num jornalista que está cumprindo com os deveres de seu ofício. Deveriam estar lutando para levantar o sigilo bancário e telefônico de alguns senadores cuja associação ou cumplicidade nos escândalos dos precatórios é mais do que evidente. Requião não quer, precisa preservar os seus parceiros - por isso votou contra o levantamento do sigilo dos senadores.
Requião está fazendo da CPI o que Carlos Lacerda e suas mal-amadas (com farda ou sem farda) fizeram em 1954 com o IPM (Inquérito Policial-Militar) montado pela FAB no Galeão, para apurar a autoria e mandantes do atentado que matou o Major Rubem Vaz.
A República do Galeão, como ficou conhecido aquele desvario, não queria saber quem atirou em Lacerda e acertou no militar. Queria linchar o presidente Getúlio Vargas, derrubá-lo. Para isso, atropelou todos os procedimentos legais e jurídicos, montou uma formidável cruzada pela imprensa - não foi a única - levando o Vargas ao suicídio.
A República do Galeão não foi um fórum para fazer justiça. Foi um patíbulo para saciar a ensandecida ambição de um político (muito mais qualificado do que Requião) mas que desempenhou o mesmo facinoroso papel.
A República do Galeão, em nome da democracia, atropelou a democracia e a partir dela escreveu-se o mais trágico episódio da história política brasileira.
A CPI está sendo desviada por Requião (e aqueles que ele esconde) numa farsa. É um Auto da Fé, um campo de concentração, um lager, para humilhar aqueles que o preconceituoso Requião quer liquidar por antecipação.
As farsas jurídicas de Stalin e Hitler não podem servir de modelo para uma nação que escolheu definitivamente a democracia como modelo político e civilizatório.
No seu revelador destampatório, Requião deblatera contra os liberais e os 'louros'. Queria dizer judeus? O nosso John Wayne porventura receia assumir seus preconceitos? Ora, Roberto, este tipo de subterfúgio não lhe fica bem. Vá em frente, assuma tudo o que sente. Repressão faz mal à alma, exige dose maior de calmantes.
Hitler dizia que Thomas Mann era decadente. Mesmo os personagens decadentes de Thomas Mann - eu seria um deles segundo o apurado gosto de Requião - tinham uma decência e dignidade que os escorpiões recém-escapados dos porões da malandragem política jamais alcançarão."
(c) Jornal do Brasil, 31/3/97.
A República do Galeão, como ficou conhecido aquele desvario, não queria saber quem atirou em Lacerda e acertou no militar. Queria linchar o presidente Getúlio Vargas, derrubá-lo. Para isso, atropelou todos os procedimentos legais e jurídicos, montou uma formidável cruzada pela imprensa - não foi a única - levando o Vargas ao suicídio.
A República do Galeão não foi um fórum para fazer justiça. Foi um patíbulo para saciar a ensandecida ambição de um político (muito mais qualificado do que Requião) mas que desempenhou o mesmo facinoroso papel.
A República do Galeão, em nome da democracia, atropelou a democracia e a partir dela escreveu-se o mais trágico episódio da história política brasileira.
A CPI está sendo desviada por Requião (e aqueles que ele esconde) numa farsa. É um Auto da Fé, um campo de concentração, um lager, para humilhar aqueles que o preconceituoso Requião quer liquidar por antecipação.
As farsas jurídicas de Stalin e Hitler não podem servir de modelo para uma nação que escolheu definitivamente a democracia como modelo político e civilizatório.
No seu revelador destampatório, Requião deblatera contra os liberais e os 'louros'. Queria dizer judeus? O nosso John Wayne porventura receia assumir seus preconceitos? Ora, Roberto, este tipo de subterfúgio não lhe fica bem. Vá em frente, assuma tudo o que sente. Repressão faz mal à alma, exige dose maior de calmantes.
Hitler dizia que Thomas Mann era decadente. Mesmo os personagens decadentes de Thomas Mann - eu seria um deles segundo o apurado gosto de Requião - tinham uma decência e dignidade que os escorpiões recém-escapados dos porões da malandragem política jamais alcançarão."
(c) Jornal do Brasil, 31/3/97.
O trecho supra foi extraído do seguinte artigo:
Em 31 de março de 1997, o Jornal do Brasil publicou a resposta de Alberto Dines, abaixo reproduzida.
Alberto Dines
A República do Galeão e o Lager do Requião
"Escondido atrás de uma imunidade que não merece, recebendo um salário indevido, o senador virtual que atende popularmente pelo nome de Requião, depois de tomar a sua dose diária de gardenal (ou mogadon?), assinou o texto que algum assessor, semi-alfabetizado, porém pago pelo contribuinte, lhe preparou (JB, 27/3, p. 8).
A nova vaca sagrada da República goza de estranhos privilégios tanto na Câmara Alta, para a qual já foi desqualificado pela Justiça, como fora dela. Causa espanto que jornalistas conhecedores da fauna brasiliense e que até novembro referiam-se ao senador-sub-judice como 'aquele', curvem-se agora aos caprichos desta prima-dona tardia e bolorenta, neofascista assumido, concedendo-lhe o privilégio de escoicear em tréplicas infinitas. Mesmo quando o replicante ofendido não dispõe de tribunas efetivas a não ser um boletim quinzenal na Internet.
É pela Internet que começo. O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA (, serviço público destinado a conscientizar a sociedade para o desempenho da mídia), foi o primeiro veículo a tratar do Pittagate tão logo revelado pelo Jornal da Tarde durante a última temporada eleitoral (nossa edição de 5 de outubro). Em seguida, o Estadão revelou a extensão da fraude minuciando o esquema da negociação dos precatórios.
Diante da gravidade das denúncias, o Senado decidiu criar uma CPI, mas, por traquinagem ou manha política do então presidente da Casa, José Sarney, entregou a relatoria a um político que amargava um merecido ostracismo político, cassado que fora pelo TRE do Paraná. Mesmo ignorando um processo que corria na suprema instância da justiça eleitoral, quem escolheu ou referendou a escolha de Requião para liderar a CPI não poderia ignorar sua conduta, decoro e histórico psiquiátrico que levou outro senador, antigo comparsa depois desafeto (Orestes Quércia), a designá-lo como Maria Louca.
Durou três meses o solo de truculência de Requião até que a Gazeta Mercantil (edição de 3/3/97) fez aquilo que o resto da imprensa deveria ter feito quando em novembro alguém resolveu ressuscitar o monstro moral chamado Requião: publicou a folha corrida daquele que pretendia ser o supremo árbitro da probidade nacional.
Na edição de 5 de março do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, num texto de 132 linhas sobre a Anatomia do Pittagate (e os seus desdobramentos na mídia), as revelações da Gazeta ocuparam apenas 19 linhas. Como Requião não tem condições psíquicas para ler textos de mais de um parágrafo e como a edição do OBSERVATÓRIO foi profusamente reproduzida, imaginou que seu currículo estava sendo ali publicado em primeira mão.
O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA não tem como impedir que os seus textos sejam republicados ou reproduzidos no rádio e na TV. Ao contrário, sua equipe agradece estas manifestações de solidariedade profissional porque só assim um boletim on-line, acessível à minoria que dispõe do equipamento, pode chegar à grande imprensa e ao destinatário final, a sociedade. Tanto assim que no dia 10 de março, o Jornal da Tarde ampliou substancialmente o perfil de Requião traçado pela Gazeta.
Mas o ensandecido já tinha um bode-expiatório: este editor do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA. Que, entre os vários trabalhos nos quais está ostensivamente engajado na área de formação e treinamento de jornalistas, fez o planejamento da área de mídia da Uniamérica, criação do governador Jaime Lerner (antigo adversário do senador-sub-judice).
Estes são os antecedentes que nem um pusilânime como o senador-sub-judice pode contestar. O que o fez perder aquele mínimo de decoro que deve aos pares e eleitores foi meu artigo O Arquétipo Fascista (JB, 24/3, cujo subtítulo Achegas Para um Psicopatologia Política foi infelizmente suprimido).
O novo Mussolini tupiniquim, que, como o seu êmulo, usa um discurso moralista, de esquerda, para camuflar sua irreprimível personalidade fascista e racista, não pode admitir que, de repente, aquelas 19 linhas num boletim da Internet possam interromper o acalentado projeto de passar a limpo a sua vida pregressa para candidatar-se à Presidência da República no lugar de Paulo Maluf.
Este é o ponto: Requião não é o anti-Maluf. É Maluf redivivo, arrogante, inescrupuloso, farisaico, mistificador como o protótipo. A carga que o senador-sub-judice fez contra os social-democratas e os liberais em política (incluindo-me entre ambos), denota um mastodonte ideológico e um gorila em matéria de cultura.
Às custas do erário público Requião e seus assessores ocupam-se em jogar os seus próprios dejetos num jornalista que está cumprindo com os deveres de seu ofício. Deveriam estar lutando para levantar o sigilo bancário e telefônico de alguns senadores cuja associação ou cumplicidade nos escândalos dos precatórios é mais do que evidente. Requião não quer, precisa preservar os seus parceiros - por isso votou contra o levantamento do sigilo dos senadores.
Requião está fazendo da CPI o que Carlos Lacerda e suas mal-amadas (com farda ou sem farda) fizeram em 1954 com o IPM (Inquérito Policial-Militar) montado pela FAB no Galeão, para apurar a autoria e mandantes do atentado que matou o Major Rubem Vaz.
A República do Galeão, como ficou conhecido aquele desvario, não queria saber quem atirou em Lacerda e acertou no militar. Queria linchar o presidente Getúlio Vargas, derrubá-lo. Para isso, atropelou todos os procedimentos legais e jurídicos, montou uma formidável cruzada pela imprensa - não foi a única - levando o Vargas ao suicídio.
A República do Galeão não foi um fórum para fazer justiça. Foi um patíbulo para saciar a ensandecida ambição de um político (muito mais qualificado do que Requião) mas que desempenhou o mesmo facinoroso papel.
A República do Galeão, em nome da democracia, atropelou a democracia e a partir dela escreveu-se o mais trágico episódio da história política brasileira.
A CPI está sendo desviada por Requião (e aqueles que ele esconde) numa farsa. É um Auto da Fé, um campo de concentração, um lager, para humilhar aqueles que o preconceituoso Requião quer liquidar por antecipação.
As farsas jurídicas de Stalin e Hitler não podem servir de modelo para uma nação que escolheu definitivamente a democracia como modelo político e civilizatório.
No seu revelador destampatório, Requião deblatera contra os liberais e os 'louros'. Queria dizer judeus? O nosso John Wayne porventura receia assumir seus preconceitos? Ora, Roberto, este tipo de subterfúgio não lhe fica bem. Vá em frente, assuma tudo o que sente. Repressão faz mal à alma, exige dose maior de calmantes.
Hitler dizia que Thomas Mann era decadente. Mesmo os personagens decadentes de Thomas Mann - eu seria um deles segundo o apurado gosto de Requião - tinham uma decência e dignidade que os escorpiões recém-escapados dos porões da malandragem política jamais alcançarão."
(c) Jornal do Brasil, 31/3/97.
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